Estrada Real

Cicloturismo


1º dia. São João Del rei --- Casa Grande. 65km

Saímos de São João Del Rei as oito da manha. Estávamos ansiosos para cair na estrada.

Nosso 1º objetivo e chegar a Lagoa Dourada, uma cidade bem pequena, 30 km de São João Del rei. A famosa cidade do Rocambole.

Quando já tínhamos pedalado 20 km, encontramos um carro no mesmo sentido, a pessoas estava querendo ir para Tiradentes, avisamos que estava completamente fora da rota, teria que voltar para São João, e pegar o caminho para Tiradentes.

Se ele não nos encontrado, teria chegado a Lagoa Dourada. He, He.!!!

A Estrada Real segue por outro caminho, Tiradentes e Bichinho, mas como agente já conhecia esse caminho resolvemos seguir pela BR e ganhar tempo.

Chegamos a Lagoa Dourada e logo paramos para fotografar a igreja, em seguida descemos para a praça e paramos no Sabor da Empada onde trabalha a Soraya.

Ela foi a 1º a escrever no bloquinho de mensagens.

Depois de saborear as deliciosas empadas, seguimos viagem.

Seguiremos para Casa Grande, onde pretendemos acampar. Pedalamos numa estrada de terra sem movimento de carro. Passamos pelo vilarejo Cataúa onde duas meninas bem simpáticas assinaram o meu caderninho.

Depois continuamos a pedalar ate a cidade de Casa Grande, o Alexandre parou para tirar uma foto da estrada da cidade e eu aproveitei para procurar a casa do Edgar, um amigo que eu conheci pela internet.

Ele mora logo no inicio da cidade, chamei numa casa para pedir informação e quem nos atendeu foi a Letícia, ela nos informou onde mora o Edgar e aproveitou para deixar uma linda mensagem.

Meu pai me passou o endereço do senhor Alonsço, um amigo que mora em Casa Grande, não foi muito difícil achar a casa dele e logo ele nos convidou para tomar um café, mineiro e sempre hospitaleiro.

Ele nos deixou montar a barraca na casa do seu primo que fica em frente a sua, a casa estava desocupada, foi melhor do que eu pensava.

2º dia. Casa Grande---Ouro Branco. 54km

No dia seguinte, levantamos bem cedo para aproveitar o máximo do dia.
Tomamos café na casa do Alonsço, depois nos despedimos e caímos na estrada, agora pedalamos para Ouro Branco.
Passamos por Queluzito, uma cidade bem tranqüila, resolvi comprar algumas frutas e tive uma idéia maluca, resolvi comprar 1 kg de feijão.
Bem! Nisso agente conheceu 2 garotas que deixaram uma lembrança no caderno.
Depois seguimos pela rodovia por alguns kms ate encontrar uma estradinha de terra, os Marcos da Estrada Real sempre nos orientando a seguir o caminho certo.

Passamos por uma plantação de eucalipto, a estrada seguia sem nenhuma dificuldade e se perdia no meio de tantos morros.
Uma belíssima paisagem no meio de tanto verde.
Chegamos a Conselheiro Lafaiete.
Já era 11:30 e logo procuramos um lugar para almoçar, foi ai que a minha idéia de comprar 1kg de feijão
funcionou.
Parei logo num restaurante e procurei pelo dono. Senhor Geraldo é o dono do restaurante Bandeirante.
Eu conversei com ele e perguntei se poderia fazer uma troca. 1 kg de feijão em troca de 2 pratos de comida, ele ficou muito surpreso e aceitou com muito carinho, então doamos o feijão no restaurante e saboreamos uma deliciosa comida.
Muitas pessoas pedem ajuda de alguma forma, eu resolvi fazer desse jeito para ajudar na minha viagem.
Fiquei muito feliz, pois eu tive essa idéia logo para economizar dinheiro e fazer uma viagem diferente.
Em Lafaiete paramos para tirar foto da Igreja São Sebastião onde um cara de moto parou para conversar e nos guiou para a saída da cidade, onde pegamos a serra Deus me Livre. O nome já diz tudo!
Passamos pela casa de Tiradentes e logo chegamos em Ouro Branco e dessa vez ficamos na pousada.
O Alexandre não quis acampar dessa vez, dizia que estava com dor nas costas por esta carregando muito peso na bicicleta, pois era e 1º viagem de vários dias e com alforje.
Pra mim estava tranqüilo, mas tudo bem, como economizamos no almoço, merecemos um descanso.



3º dia. Ouro Branco ---- Ouro Preto. 45 km

O dia estava nublado e apenas caia uma leve garoa sobre nós, saímos logo cedo rumo a Ouro Preto, onde subimos a serra de Ouro Branco.
Dirigimos nossas bicicletas morro acima, foram 20 km de muita subida até chegarmos a Itatiaia, não conseguimos ver nada alem de 10 metros a nossa frente, parecia que estávamos pedalando nas nuvens.
Paramos para fazer um lanche e pedir a uma pessoa para assinar nosso caderno
Ainda tínhamos muita subida forte pela frente, por isso que muitos ciclistas fazem o sentido Ouro Preto para Paraty , pois nesses 3 dias de viagem so o 1º foi tranqüilo, o resto só escalamos morro.
O tempo começou a mudar de caroa fina veio a chuvinha e logo deu uma tregua,  meu amigo estava reclamando da dor nas costas, mas não podemos fazer nada, tínhamos que subir morro acima, resolvemos seguir pela BR mesmo e não passamos por Lavras Nova, ia dar muita volta e o tempo já não estava muito bom.


Passamos pelas pontes de preta da época do ouro.
Chegamos em Ouro preto e descemos para a praça da cidade, tiramos fotos e paramos na estação de trem onde Tatiana deixou uma linda mensagem.
Em seguida telefonei para casa de um amigo que conheci pela internet. Philip, ele ia nos receber em sua casa, o mais engraçado era que ele estava na casa da namorada que mora em Santa Catarina, mesmo assim, ele já tinha deixado avisado que íamos chegar.
Ele mora numa republica DNA, onde moram cerca de 10 estudantes da Universidade de Ouro Preto.
O Philip já hospedou várias pessoas em sua casa. Gente de todo lado viajando em suas bicicletas. Ele estava fazendo uma viagem pelo sul do Brasil onde conheceu uma garota e se apaixonou, acabou ficando mais tempo do que esperava.
Fomos recebidos pelo Ciclope e Vatila e os outros estavam viajando.

4º dia. Ouro Preto
Passeamos em Ouro Preto..












5º dia Ouro Preto ---- Cachoeira do Campo. 47 km

Dirigimos nossas bicicletas rumo a Cachoeira do Campo.
Meu amigo não quis mais seguir viagem comigo para Diamantina, ai eu resolvi voltar para São João passando por um caminho diferente.
Seguimos pelo caminho Velho da Estrada Real que passa em São Batorlomeu e Glaura.
Eu desanimei de seguir sozinho o caminho e resolvi voltar com ele até Cachoeira onde ele seguiria para Sabará e eu voltaria para casa. Pensei que seria melhor assim, mas mesmo fazendo esse caminho eu fiquei muito chateado por ele ter desanimado e resolvido seguir para Belo Horizonte.
Logo no início da pedalada enfrentamos uma baita subida, atravessamos a serra e seguimos em direção ao vilarejo São batorlomeu.
Ao chegar paramos num restaurante bem simplesinho onde conhecemos um chinês muito bacana que assinou nossa caderno em chinês, AIAIAI. Agora terei que aprender chinês.



Saímos de São Batorlomeu depois de abastecer nossas energia e seguimos por alguns kms, a estrada sumiu e entramos numa trilha de 2 km que parecia não ter mais fim, era subida forte passando por pinguela e muito barranco.

Foi bem divertido, ao final da subida avistamos Glaura o próximo vilarejo de Ouro Preto.
Paramos pouco so para lanchar e pegar uma mensagem, o Alexandre ia seguir para Rio Acima, mas ele estava ficando sem dinheiro e resolveu seguir comigo para Cachoeira do Campo onde ficamos hospedados numa pousada bem confortavel.
Chegamos no dia da festa da cidade, resolvemos ir para pousada e voltaríamos para passear um pouco na festa, mas a noite veio com chuva e não deu para aproveitar a festa.




6º dia. Cachoeira do campo --- Congonhas. 60 km


Eu não estava muito animando, pois seguiria viagem sozinho daqui por diante.
Mas o que eu posso fazer se ele desistiu de seguir viagem para Diamantina, não poderia fica insistindo com um cara que não quer mais viajar pela Estrada Real.
Segui o resto da viagem sozinho e foi muito tranqüilo com muitas paisagens bonitas e pouco movimento.
Passei no vilarejo de Santo Antonio do Leite, uma pequena vila do caminho velho.
Segui por uma estrada bem gostosa de pedalar, logo adiante a estrada se juntou com uma que passava um caminhão atrás do outro, nossa foi assim ate chegar na cidade de congonhas.
Passei na vila de Engenheiro Correia, onde eu tirei algumas fotos e logo continuei a minha pedalada solitária rumo a Miguel Burnier.
Esse dia foi bem tranqüilo, não tive nenhum problema com a bicicleta e o melhor que não tinha subidas grandes pela frente.
Passei pelo Lobo Leite e cheguei a Congonhas logo em seguida.
Eu estava querendo voltar de ônibus para casa, mas não foi possível colocar a bicicleta no bagageiro, ai eu tive que sair andando a procurar de um lugar para passar a noite, o pior é que estava tendo festa na cidade e não achei nenhuma pousada a menos d eR$65,00.
Como eu não tive escolha rodei em todas as pousadas e não achei nenhuma com o preço razoável. Resolvi seguir pela Rodovia e encontrei uma que me custou apenas R$25.
Agora sim, ainda coloquei minha bicicleta no quarto e fui jantar, pois eu estava morrendo de fome.


7º dia. Congonhas --- São João Del Rei. 105 km



Levantei bem cedo, pois estava ansioso para cair na estrada, e chegar logo em casa.
Logo no início enfrentei uma subida bem pesada, mas como eu não tinha muita presa eu pedalei na tranqüilidade apreciando cada segundo.
Cheguei num povoado bem pequeno, Alto do Maranhão.
A rodovia não tinha acostamento e o transito de caminhões eram intensos.
Pedalei alguns kms ate São Brás do Suaçuí, onde a Girlane me deixou uma mensagem.
Estava pedalando num ritmo muito bom, não tinha grandes subidas e o dia estava ótimo.
Na cidade de Entre Rios de Minas eu parei para comer uma empada e o cafezinho era cortesia, que bom, eu tomei varias xícaras de café acompanhada de deliciosas empadas.
A Gismele aproveitou para deixar uma linda mensagem para mim.
Depois de alguns minutos de descanso começo mais uma etapa ate Lagoa Dourada.
Minha viagem chegou ao fim, aprendi muito nesses dias que passei pedalando, aproveitei o máximo de cada segundo e conheci muitas pessoas legais pelo caminho.
Fui bem recebido em todos os lugares que passei, ficam aqui meus agradecimentos a todos que estiveram comigo nessa aventura, ao meu amigo de pedalada, e as pessoas que nos acolheram.




FIM